segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

NÓS E AS ADVERSIDADES DA VIDA

Todos os dias somos assombrados pela possibilidade de fracasso, pelas perdas afetivas, pelas doenças, pelos problemas profissionais e financeiros, pelas dúvidas existenciais. E todos os dias temos a chance e a necessidade de anunciar nossa força, ainda que, às vezes, algumas pessoas não o façam. A vida não pergunta se estamos dispostos, se vamos aguentar, simplesmente apronta das suas. 
Como compreender pessoas que, diante das adversidades, das dificuldades, crescem e através desta situação tornam-se pessoas melhores. Mas há outras que simplesmente se deixam destruir. O que determina a diferença entre esses dois tipos de pessoas? 
Todos nós estamos programados para desenvolver virtudes, como a esperança, a vontade, o propósito, a competência, a fidelidade, o amor, o cuidado e a sabedoria. Ao conjunto dessas virtudes podemos dar vários nomes, como força interior, fé, resiliência.
Embora haja situações que nos pareçam impossíveis de compreender racionalmente o seu sentido, pela fé e pelo amor é possível alguma compreensão. Afinal, acima do mundo humano, existe o mundo do suprassentido, o qual dá sentido a todo sofrimento humano. Na transcendência o homo religiosus encontra os recursos fundamentais para superar todo e qualquer padecimento. “A verdadeira religiosidade não tem caráter de impulso, mas antes de decisão” (Frankl, 1993). 
No contexto psicológico chamamos de resiliência, a capacidade de nos adaptarmos de forma positiva em resposta a determinada adversidade; superando-a inclusive, não apenas suportando, mas comprometendo-me em uma nova dinâmica de vida. Permite-me encontrar motivos que favoreçam a descoberta de valores além da dor e do psicológico. Crescer na dor.
Para Vitor Franklin, criador da Logoterapia, a capacidade de uma pessoa para superar o sofrimento depende da intensidade de sua realização interna de sentido, quem tem num sentido na sua vida, também é capaz de suportar um grande sofrimento, porque sua vida permeada de sofrimento não perde seu sentido, apesar de ter seu prazer reduzido (Lukas, 1990).
Talvez você pense que não é capaz, mas reflita: Quantas vezes você já sofreu grandes tormentos? 
Mas você aguentou a barra. Mesmo sentindo a pele rasgar diante do sofrimento. Você aguentou, nem sempre firme, mas aguentou. A vida não parou. Você continuou, por vezes julgando desistir de tudo, de você mesmo, desacreditou, mandou a toalha ao chão. E depois? A vida continuou. Você cambaleou, agarrou-se há pouca força que restava e lá foi. Continuou a caminhar. Reergueu-se, restabeleceu-se, encontrou a força em si para voltar a fazer as pequenas coisas, seguiram-se as grandes coisas e surgiram as coisas extraordinárias. Você superou e, se ainda não superou, aguente firme, tenha fé em Deus tenha fé na vida tenha fé em você que você vai conseguir mesmo com a pele ferida dos sentimentos negativos que o vão dilacerando. Caminha suportando a dor com retidão e a esperança que tudo vai passar. "Quem tem um porque, suporta qualquer como". (Viktor Frankl).
* Texto de minha autoria publicado originalmente na edição de Dezembro/2013 do "Jornal Comunidade" - da Paróquia Nossa Senhora da Luz - Salvador - Bahia - Brasil.

Um comentário:

  1. São as adversidades que nos dão forças para caminhar em frente e derrubando as barreiras.

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