sábado, 22 de fevereiro de 2014




Quando a boca cala o corpo fala

O resfriado escorre quando o corpo não chora.
A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.
O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.
O diabetes invade quando a solidão dói.
O corpo engorda quando a insatisfação aperta. 
A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam. 
O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar. 
A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável. 
As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas. 
O peito aperta quando o orgulho escraviza.
O coração enfarta quando chega a ingratidão. 
A pressão sobe quando o medo aprisiona. 
As neuroses paralisam quando a “criança interna" tiraniza. 
A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.

Autor desconhecido

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

NÓS E AS ADVERSIDADES DA VIDA

Todos os dias somos assombrados pela possibilidade de fracasso, pelas perdas afetivas, pelas doenças, pelos problemas profissionais e financeiros, pelas dúvidas existenciais. E todos os dias temos a chance e a necessidade de anunciar nossa força, ainda que, às vezes, algumas pessoas não o façam. A vida não pergunta se estamos dispostos, se vamos aguentar, simplesmente apronta das suas. 
Como compreender pessoas que, diante das adversidades, das dificuldades, crescem e através desta situação tornam-se pessoas melhores. Mas há outras que simplesmente se deixam destruir. O que determina a diferença entre esses dois tipos de pessoas? 
Todos nós estamos programados para desenvolver virtudes, como a esperança, a vontade, o propósito, a competência, a fidelidade, o amor, o cuidado e a sabedoria. Ao conjunto dessas virtudes podemos dar vários nomes, como força interior, fé, resiliência.
Embora haja situações que nos pareçam impossíveis de compreender racionalmente o seu sentido, pela fé e pelo amor é possível alguma compreensão. Afinal, acima do mundo humano, existe o mundo do suprassentido, o qual dá sentido a todo sofrimento humano. Na transcendência o homo religiosus encontra os recursos fundamentais para superar todo e qualquer padecimento. “A verdadeira religiosidade não tem caráter de impulso, mas antes de decisão” (Frankl, 1993). 
No contexto psicológico chamamos de resiliência, a capacidade de nos adaptarmos de forma positiva em resposta a determinada adversidade; superando-a inclusive, não apenas suportando, mas comprometendo-me em uma nova dinâmica de vida. Permite-me encontrar motivos que favoreçam a descoberta de valores além da dor e do psicológico. Crescer na dor.
Para Vitor Franklin, criador da Logoterapia, a capacidade de uma pessoa para superar o sofrimento depende da intensidade de sua realização interna de sentido, quem tem num sentido na sua vida, também é capaz de suportar um grande sofrimento, porque sua vida permeada de sofrimento não perde seu sentido, apesar de ter seu prazer reduzido (Lukas, 1990).
Talvez você pense que não é capaz, mas reflita: Quantas vezes você já sofreu grandes tormentos? 
Mas você aguentou a barra. Mesmo sentindo a pele rasgar diante do sofrimento. Você aguentou, nem sempre firme, mas aguentou. A vida não parou. Você continuou, por vezes julgando desistir de tudo, de você mesmo, desacreditou, mandou a toalha ao chão. E depois? A vida continuou. Você cambaleou, agarrou-se há pouca força que restava e lá foi. Continuou a caminhar. Reergueu-se, restabeleceu-se, encontrou a força em si para voltar a fazer as pequenas coisas, seguiram-se as grandes coisas e surgiram as coisas extraordinárias. Você superou e, se ainda não superou, aguente firme, tenha fé em Deus tenha fé na vida tenha fé em você que você vai conseguir mesmo com a pele ferida dos sentimentos negativos que o vão dilacerando. Caminha suportando a dor com retidão e a esperança que tudo vai passar. "Quem tem um porque, suporta qualquer como". (Viktor Frankl).
* Texto de minha autoria publicado originalmente na edição de Dezembro/2013 do "Jornal Comunidade" - da Paróquia Nossa Senhora da Luz - Salvador - Bahia - Brasil.

VOCÊ SABIA QUE 24 DE AGOSTO É DIA DA INFÂNCIA?


Nós humanos, ao nascer, somos o animal mais imaturo e dependente entre todos os animais.
Nascemos todo pronto para a vida natural, contudo necessitamos de pelo menos oito anos de cuidados e atenção da mãe, da família ou de substitutos, para poder sobreviver, em nosso meio natural. Precisaremos, portanto, passar por um 2º nascimento, emergindo da vida natural para imergir no mundo da cultura recebido como herança do grupo do qual fazemos parte.
Neste contexto, a família é a primeira instituição que a criança atravessa. Nela ocorre a possibilidade de estruturar-se como sujeito e desenvolver suas chances de sobrevivência e adaptação ao mundo. Mas é também na família que a criança perde suas possibilidades de ser infante quando esta recebe as projeções dos adultos que se encontram nos seus anseios e frustrações.
Mas nem sempre foi esta a visão da criança e da família na história da humanidade, esta relação passou por profundas modificações, estando relacionado à visão política, social e econômica de cada etapa de vida em sociedade. Durante muito tempo, a criança foi vista, como miniatura de adulto, passando por sucessivas mudanças, a partir do século XV.
A família moderna, nuclear, que conhecemos hoje, composto por pai, mãe e filhos, só se consolidou a partir do século XVIII. Foi neste momento que a família passou a se organizar em torno da criança e a erguer entre ela mesma e a sociedade o muro da vida privada.
Mas é somente no século XX, que surge a condição especial da criança: a infância. Aqui a criança deixa de ser misturada aos adultos e de aprender a vida em contato com eles.
Mas, chegamos ao século XXI. O que significa, então, ser criança nos dias de hoje? Como situar a infância nesse contexto?
A sociedade hoje tem uma visão adultocêntrica da criança, ou seja, ela não é considerada um ser inacabado e incompleto que precisa amadurecer e evoluir. Fomos apagando a infância de nossas crianças e caindo nas armadilhas culturais de nosso tempo.
A infância hoje representa uma fase onde as crianças precisam exercer muitas atividades, aulas de balé, inglês, natação, futebol, computação; sem tempo para brincarem; vestindo roupas; cantando e dançando músicas de adultos (erotizadas), jogando jogos de adultos pelo prazer da competição. Numa sociedade marcada pelo consumismo, individualismo e avanços tecnológicos, nós pais, costumamos nos queixar dos apelos e da pressão exercida pelas crianças para comprar uma gama variada e extensa de traquitanas de todos os tipos e valores, eles seguem as tendências da época. A infância é o reflexo do que a sociedade oferece a ela. Para aproveitá-las melhor, elas se espelham em nós adultos. 
Sejamos mais solidários com nossas crianças e deixemos um pouco de lado as nossas próprias angústias. Não é tarefa fácil, mas um pouco mais de atenção, amor e uma boa e salutar convivência familiar podem atenuar e até mesmo eliminar, alguns desses sintomas da modernidade.
Sejam eles geniais ou apenas normais, talentosos ou simplesmente cidadãos corretos e bons profissionais, ao invés de pensarmos em criar seres incríveis devemos contribuir para que as crianças se tornem adultos felizes e que vivam suas existências em paz.
De uma coisa podemos ter certeza: há uma grande parte da vida reservada para a idade adulta, então porque não aproveitar a infância enquanto há tempo? Como nos diz o mestre Dr. Adalberto Barreto, psiquiatra, psicanalista, terapeuta de família e criador da Terapia Comunitária: "Minha primeira escola é a família; meu primeiro mestre é a criança que fui".
* Texto de minha autoria publicado originalmente na edição de Outubro/2013 do "Jornal Comunidade" - da Paróquia Nossa Senhora da Luz - Salvador - Bahia - Brasil. 

PAI! O QUE É SER PAI?


Podemos começar esta reflexão considerando a nova posição da mulher na sociedade. Hoje ela deixou de ser a “rainha do lar” para assumir a função de provedora, muitas vezes apenas ela assume este papel. Neste contexto o papel do homem também foi, e ainda está mudando. Abre-se a possibilidade para que os pais ocupem um novo espaço. Surge o pai presente, afetuoso, amigo, companheiro, que chora, se emociona e até desmaia diante do nascimento do filho. O pai que banha, dá a mamadeira, troca fraldas, levanta de madrugada, vai ao pediatra, leva à escola, acaricia e abraça. O antigo pai autoritário e distante afetivamente, dá lugar a um pai presente e afetivo. Mas o pai é responsável por colocar limites e também impulsionar os filhos a enfrentarem os desafios da vida, ele é fundamental no desenvolvimento da autonomia da criança.
Esta conquista é da família, todos se beneficiam com estas mudanças: as mães não estão mais solitárias na tarefa de criação dos filhos; para os filhos que crescem num ambiente onde as diferenças se somam; e para os homens que agora estão mais próximos de seus filhos partilhando na criação de seus filhos de forma mais afetiva.
Mas, esta mudança de papéis na família ainda gera inseguranças, incertezas, conflitos, em muitas situações nenhum dos dois consegue dar os limites essenciais na educação dos filhos. 
Esta confusão de papéis e a ideologia de que precisamos ser “felizes” aqui e agora tem produzido uma geração de filhos despreparados para enfrentar a vida de adulto.
Parece ser papel dos pais garantirem aos filhos que, para serem considerados bem sucedidos, realizados e felizes não vamos falar de dor, de medo e da sensação de sentir-se desencaixado. Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude. Neste mundo não há espaço para o sagrado, o divino, tudo é efêmero.
O exercício desta autoridade passa pelo ensinar os limites da vida, as regras sociais, mostrar o mundo como ele é, ensinar à criança que o mundo da fantasia, onde todos os seus desejos são possíveis, ficaram na infância. É função do pai preparar os filhos para enfrentarem a realidade que o mundo lhes apresenta onde temos direitos e deveres, explicando-lhes o que são estes limites e como estabelecê-los. É importante o intercâmbio entre pai e mãe, mas o que se observa nos dias atuais é a confusão de papéis que tem deixados as crianças confusas, perdidas entre o real e a fantasia. 
Os filhos, sem métodos nem regras a seguir, regidos pelo saciar dos seus desejos, tornam-se tão indisciplinados quantas forem as suas vontades. O que os filhos estão fazendo em casa, não poderão fazer na sociedade. Portanto, eles não estão sendo educados para serem cidadãos.
O que temos testemunhado no perfil das novas gerações é o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido, ou simplesmente lhes omitiram, não lhes foi dito que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.
Muitas vezes os jovens são tratados como pequenos “reis” centrados no seu próprio universo pessoal e se descobrem num vazio existencial para o qual não estão preparados para lidar. Na recente Jornada Mundial da Juventude foi clara a demonstração de que os nossos jovens buscam a Deus e tem no Papa uma referência de paternidade, de limite amoroso. 
O Papa Francisco, no Angelus do domingo posterior a sua vinda o Brasil, nos pediu orações pelos jovens: “os jovens são particularmente sensíveis ao vazio de sentido e de valores que muitas vezes os rodeiam. E, infelizmente, pagam as consequências. Em vez disso, o encontro com Jesus vivo, em sua grande família que é a Igreja, enche o coração de alegria, porque o preenche com a vida verdadeira, de um bem profundo, que não passa e não apodrece: o vimos nos rostos dos jovens no Rio.” 
Este vazio do qual o Papa fala passa pela perda de limites entre o real e o imaginário que não foi vivenciado por estes jovens em sua família, pela falta de dialogo entre pais e filhos, pela falta de maturidade dos pais. Que muitas vezes não entendem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando a seus filhos o quanto a vida esta difícil, o quanto este pai tem medos e que ele não sabe tudo, mas juntos podem descobrir. 
O ser humano é o único que pode mudar sua história, pois tem inteligência e criatividade. Basta acrescentar a motivação. Então PAI nem tudo esta perdido só depende de NÓS.
* Texto de minha autoria publicado originalmente na edição de Agosto/2013 do "Jornal Comunidade" - da Paróquia Nossa Senhora da Luz - Salvador - Bahia - Brasil.

O DIA DOS NAMORADOS

O dia dos Namorados: dia para se renovar a responsabilidade dentro do namoro.
Namoro é um tempo de crescimento no amor, no conhecimento profundo das qualidades, das virtudes, das boas intenções e da honestidade, bem como das fraquezas, das limitações, dos problemas e até dos vícios daquele que amamos. 
É tempo de cuidado. Cuidar de si próprio e da pessoa amada, preocupação com a saúde, com a espiritualidade, com todas as necessidades daquele que dizemos amar sem medidas. 
O namoro evoluiu muito ao longo da história, não foi uma evolução ruim, mas com estas mudanças vieram perdas de valores fundamentais como o respeito pela pessoa. Vivemos uma mentalidade onde cada coisa vale enquanto é útil, troca-se os objetos a cada novo lançamento pelo mais moderno, este pensamento também tem sido considerado nos relacionamentos afetivos, nos direcionando a cada impulso em direção às possibilidades de novas aventuras e novas expectativas de prazer. 
Esta mentalidade utilitarista e hedonista vigente hoje na sociedade tem nos levado a uma cultura de morte que apregoa contra valores como determinantes para a felicidade. Os namoros duram o tempo de uma transa, em que o importante é “dar uns malhos” e “aventurar-se para ver no que dá” e depois, quando eu já estiver bem satisfeito ou mesmo saturado do outro eu não preciso lutar por mais nada...Simplesmente me livro da pessoa e parto pra outra aventura “para ver no que dá”. 
Vive-se uma crise antropológica: a pessoa humana não sabe o que é. Para a filosofia cristã, cujo centro das atenções é a pessoa humana e o seu caminho para a felicidade, olhar para Jesus Cristo, o modelo antropológico perfeito, nos ajuda a encontrar esta resposta.
“Namoro deve ser olhado sob a ótica da vocação, ou seja, é um tempo de preparação para se assumir uma vocação específica que é o matrimônio”, afirma padre Paulo Ricardo.

* Texto de minha autoria publicado originalmente na edição de Junho/2013 do "Jornal Comunidade" - da Paróquia Nossa Senhora da Luz - Salvador - Bahia - Brasil.

MÃE (+ Wilson Lopes Brasileiro)

MÃE
Cores, fantasias douradas
Embrulhadas em papel presente
Expressam a grande mentira
Hoje eu não quero 
Te dar presentes
Dos Shoppings 
Hoje eu não quero 
Me dar a você em pacote 
Pronto – acabado
Esculpido pelo medo, pela TV, pelas escolas
Pelas igrejas, por você
Não te dou pacotes
Nem me deixo pacote
Te ofereço
O braço erguido
Em punho cerrado
- o meu e dos meus companheiros –
Te ofereço o peito alegre
Confiante no mundo melhor
Para em breve
- a qualquer domingo de sol –
Não quero teu choro
Te ofereço uma estrada
E um braço firme
Prá gente se abraçar e caminhar
Hoje eu te ofereço
Meu punho, meu peito, meu braço
Na estrada
Hoje eu não falo por mim
Grito por milhões que
Vão juntos nessa estrada
E pelos que tombaram
Adubando a terra
Hoje eu te ofereço nada!
Taí a estrada...
Wilson Lopes Brasileiro (07/05/1980)

Esta poesia escrita em 1980 pelo meu irmão para a nossa mãe, continua atual.
Talvez mais atual ainda. Vivemos numa sociedade de consumo, os apelos consumistas são tentadores, como não ceder a eles? Na sociedade pós-moderna, homenagem que se preze exige a compra de um belo presente. Bolso vazio não é problema. Descontos á vista, cartões de crédito, primeiro pagamento para daqui a cem dias, etc. Como diz a propaganda: elas merecem.
Ao assumir uma atitude contrária ao mercado corremos o risco de sermos rotulados de chatos, alienados, desnaturados  ou mesmo pão-duro.
Mas como aproveitar a data sem se esquecer de seu significado mais importante: a homenagem às mães? Como não cair na tentação do consumismo desenfreado? Estudiosos do consumismo dizem que o consumo está profundamente associado às carências e frustrações da vida contemporânea. “Muitas vezes ele supre uma fantasia: ‘Se eu comprar tal roupa, serei mais bonita, poderosa, feliz.’”
O mal do consumo não esta no consumismo, mas no vazio que ele procura preencher. Um vazio de humanidade, de Deus, de afetos, de boa cultura e de melhores referências.

Muitas mães desejam presentes e outras até necessitam deles, mas muitas desejam algo mais simples como partilhar dos sonhos dos filhos, ser mais presente em suas vidas, conhecer os seus projetos, partilhar mais da sua companhia, ter o direito de simplesmente estar com eles.
Se você não ganhar um presente de seu filho neste dia, talvez ele esteja te dizendo algo maior que não se diz com presentes materiais. E se você é filho, pense bem no presente que deseja dar a sua mãe. 

Como na poesia: Te ofereço uma estrada
E um braço firme
Prá gente se abraçar e caminhar
* Texto de minha autoria publicado originalmente na edição de Maio/2013 do "Jornal Comunidade" - da Paróquia Nossa Senhora da Luz - Salvador - Bahia - Brasil.

domingo, 29 de dezembro de 2013

PRATIQUEMOS A GRATIDÃO

 


No evangelho do 28º domingo do tempo comum, São Lucas nos fala entre outras coisas da gratidão. No relato da cura dos dez leprosos onde apenas um volta para agradecer a Jesus, os outros nove que também ficaram curados, não se dignaram a voltar e agradecer àquele que os curou, esta atitude nos desperta uma reflexão: sabemos ser gratos?
Tenho visto tanta generosidade no mundo, o que me dá um alento diante de tanta iniquidade e de tanta indiferença pelo outro, pelo irmão. Acabamos de viver a 19º Feira de Integração de nossa paróquia, onde podemos dizer que lá se realizou muita generosidade e que há muita gratidão por tudo que lá foi construído, sim, construído pelos voluntários, pelos fornecedores, pelos visitantes, pelos funcionários, pelas autoridades, por todos que de alguma forma passou por lá, ou até nem lá foi. Eu mesma recebi doações de pessoas que não foram lá, de pessoas que não são católicas, de pessoas que doaram porque acreditaram no projeto da comunidade e por estas pessoas em tenho uma enorme gratidão.
Nada mais justo do que agradecer aquele que nos fez um favor, uma oferta, mas não se trata de agradecimento, se trata de justiça. Agradecer é um ato de cordialidade, educação, a gratidão é superior, pertence ao espirito. 
A gratidão significa reconhecimento agradável por tudo quanto se recebe ou lhe é concedido.
Gratidão até pelas dificuldades que enfrentamos, pelas barreiras que encontramos, pelas pessoas difíceis com quem temos que lidar, pelas frustrações, pelas nossas limitações, pois tudo isso nos permite crescer como pessoa  e nos ensina que algo precisa ser ajustado. 
Ser agradecido pela vida, pelo levantar todos os dias e poder decidir o que fazer, pela família que temos, pelo trabalho, pelos amigos, pela comunidade, enfim por tudo que temos e somos. Pode não ser exatamente o que desejamos, mas com certeza é o que merecemos e devemos ser gratos, pois é com esta vida que temos a oportunidade de aprender a ser pessoa.
“Deem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus.” 1 Tessalonicenses 5:18
Agradecer nos dignifica como pessoa nos credencia como filhos de Deus. Ser grato à vida é ser grande diante da vida. A gratidão a Deus produz na pessoa agradecida, novo olhar, novo relacionamento com o outro, para o leproso do evangelho citado, Jesus diz: Tua fé te salvou.
Se você ainda não refletiu sobre a gratidão, ou acha que apenas agradecer uma gentileza ou um favor de alguém é suficiente, saiba que em uma série de estudos experimentais, Emmons e McCullough – professores pesquisadores da Universidade da Califórnia sobre o comportamento humano - concluíram que sentimentos de gratidão aumentam a saúde física e a qualidade da vida diária, e que pessoas gratas demonstram mais estados mentais positivos, como animação, determinação e atenção, são mais felizes e fazem bem as pessoas com quem convivem. 
Gratidão é pratica diária. É um dos sentimentos mais profundos e significativos, porque não se limita apenas ao ato da recompensa habitual; é mais grandioso ainda, porque traz satisfação e tem caráter psicoterapêutico. É uma força de caráter que pressupõe.
As pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo. Epicuro de Samos, filosofo grego.
PRATIQUEMOS A GRATIDÃO!
* Texto de minha autoria publicado originalmente na edição de novembro/2013 do "Jornal Comunidade" - da Paróquia Nossa Senhora da Luz - Salvador - Bahia - Brasil.

VEM AÍ A SEMANA DA FAMÍLIA 2013

A semana que se inicia com o Dia dos Pais é a escolhida como Semana Nacional da Família pela CNBB. Neste ano, será entre os dias 11 e 17 de Agosto e acontecerá em todas as (arqui)dioceses do Brasil, à luz do tema “A transmissão e educação da fé cristã na família”. Esta celebração teve início em 1992, como resposta à inquietação, ao descontentamento e desejo de se fazer alguma coisa em defesa e promoção da família, cujos valores vêm sendo agredidos sistematicamente em nossa sociedade.

“A Semana Nacional da Família é um convite para que assumamos a missão da Família, já que é um dos eixos transversais de toda a ação evangelizadora da Igreja”, afirma o Padre Wladimir Porreca, assessor nacional da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB.

Está claro que o bem-estar da pessoa e da sociedade humana está intimamente ligado a uma favorável situação da comunidade conjugal e familiar. Entretanto, muitas questões afligem e tiram o brilho desta comunidade de amor. A dignidade desta instituição não resplandece em toda parte com igual brilho. Encontra-se obscurecida pela poligamia, pela epidemia do divórcio, pelo chamado amor-livre e outras deformações.

A família é sempre o ponto de partida, ponto privilegiado de toda ação pastoral, e a Pastoral Familiar, como uma pastoral que está ao seu serviço, deve sempre aproveitar-se de toda e qualquer oportunidade que se apresente para se firmar como uma ação eclesial orgânica, prioritária e básica, fiel ao projeto de Deus para o matrimônio e a família, integrando, oportunamente, todas a ações pastorais afins a ela, sem, contudo, desviar-se do seu princípio vital e fundamental que é ser uma pastoral-eixo das demais, já que a família é o centro de toda a ação pastoral da Igreja.

“A Semana Nacional da Família é um momento forte em que a Pastoral Familiar procura se articular com todas as demais pastorais, no sentido de evangelizar a família na globalidade dos seus múltiplos aspectos e realidades”, afirma o casal coordenador nacional da Pastoral Familiar, Raimundo Velosos (Tico) e Vera Lúcia Veloso.

Como acontece todos os anos para essa ocasião, a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família lançou o subsídio “Hora da Família 2013” para que os membros da Família e da Escola assumam objetivos comuns na construção de ações educativas em torno de conteúdos e princípios que visem o ser humano na sua totalidade. Esse subsídio propõe motivar momentos evangelizadores em sete encontros para que os membros das famílias possam “redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo” (Porta Fidei, 2).

Texto de minha autoria publicado originalmente na edição de Julho/2013 do "Jornal Comunidade" da Paróquia N. Senhora da Luz - Salvador - Bahia - Brasil.